segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Por sermos imperfeitos...


Coragem. Para mim essa é a palavra que define o novo espetáculo (essa é a palavra) da Companhia de Arte e Cultura Timbauê. Hoje a cidade de Cuité foi premiada com mais um ato de coragem e ousadia de um grupo de jovens atores amadores. Amadores porque amam aquilo que fazem, apenas por isso. Ser profissional é sobretudo ter coragem de ousar, de inovar. Por Sermos Imperfeitos é um texto de uma inteligência cruel; reunir Antoine de Saint-Exupery e Fernando Pessoa em um mesmo palco é de uma crueldade ímpar; é brindar o público com a sabedoria de mestres, uma sabedoria que nos eleva a alma e nos faz pensar. Por Sermos Imperfeitos é um mergulho dentro de cada espectador, uma reflexão nunca antes colocada naquele palco de teatro. Algo de inédito aconteceu hoje, luz, cena, figurino, música, cenário, tudo isso nos fascinaria de imediato, mas apenas de imediato. Tudo seria muito de imediato, de escópico, se não tivesse aquele texto daquelas personagens que buscavam a perfeição. Realmente, hoje, o palco do Teatro Municipal de Cuité recebeu um verdadeiro espetáculo.

Mas falava eu sobre coragem no início desse post. É preciso ter coragem para colocar no palco personagens densos que falam de si mesmo. É preciso ter coragem para ser Amapola, X, Epitácio e o Cientista, ligados pelo Destino que se embala nos passos de uma boneca. É lúdico acreditar na (im)perfeição dessas pessoas que por serem imperfeitas falam de nós mesmos. É lúdico pensar num céu de vagalumes, é trágico depois de ver esse céu terminar-se entregue ao vício. Por Sermos Imperfeitos é uma lição de vida, de arte, de teatro.

Não vou dar parabéns a Companhia de Arte e Cultura Timbauê, vou dizer no jargão do teatro: Vocês quebraram a perna mais uma vez.

Agora só me resta uma dúvida: O que esperar de vocês?

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